quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

o mindinho já não é menino.

esta é uma história de amor sobre um dedo mordido. o dedo conheceu vários anos de indecisão amorosa antes de chegar à manhã de hoje. escreveu muito, sublinhou muito, tocou muito e seleccionou muita música. fez tantas e muitas coisas que os dedos fazem, sem que se destaquem dos outros. este dedo cresceu, superou as dores implicitas a este processo e quando chegou à sua altura de adulto, descobriu que não gostava muito de anéis nem da gordura da galinha. descobriu também que o prazer de estar coberto por chocolate e massa de bolos, se mantinha e que era muito melhor que qualquer colher ou espátula a fazê-lo. este dedo foi à escola como os outros, fez ginástica como os outros. ajudou a aprender a ler, escreveu com giz, fez parte do quadro de honra e assistiu aos vários entorses do seu amigo tornozelo. deu corda ao relógio e atou os atacadores, muitas e muitas vezes. tantas que o faz de olhos fechados. foi sempre um belo dedo indicador, com uma grande tendência para a crítica e reflexos rápidos. este dedo aprendeu a conduzir e tomou-lhe o gosto. mais tarde, entrou para a universidade e fez mais amigos dedos. este dedo não tinha nome próprio, apenas comum e cresceu e fez-se dedo adulto como tal.
mas a história deste dedo não se fez diferente até hoje de manhã, em que o pequeno dedinho, já de si um dedo adulto, com idade para beber e ser preso, sofreu um acidente na sua vida pacata de dedo amigo de pé que sofre entorses. quando este momento chegou, este dedo viu-se impávido, deleitado, incrédulo. este dedo viu-se mais próximo dos seus irmãos dedos e gritou o mais alto que conseguiu...


(esta história continuará como muitas outras, mantendo-se fantasma vivo nas linhas deste blog de histórias semi-reais e semi-fantasiadas... até lá.)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

HappyNewYear*

champagne e ostras,
amor e uma cabana.