domingo, 23 de maio de 2010

fora de horas

quando os dias não chegavam
e as noites eram imensas
sentava-me, minuto após minuto à beira da janela,
de pés descalços, pendurados ao vento.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

inevitável sarcasmo

porque se nós quisessemos, eram só mais dois dias de torturas, maus tratos e ironias entre nós. depois, abandonavamos o sarcasmo e a agressão e viveríamos entre flores e amores. mas não há rimas eternas, não há caminhos traçados a lápis de cor e cheiro a pêssego. não há nada, quando se escolhe assim. há pedras e subidas íngremes. mas talvez também um troféu lá em cima. quem sabe...

terça-feira, 18 de maio de 2010

ao som das campaínhas da música

queriamos nós que fosse sempre assim, de passos leves e pensamentos alegres. sentar-nos-íamos à sombra da mais frondosa árvore e ficaríamos ali sempre, de livro na mão, sono e sorrisos trocados. mas o mundo não é assim, é cruel e tira-nos à realidade, impede-nos de aproveitar, reduz o tempo cada vez mais e torna o claro em turvo. estraga tudo. o que ficou para trás e o que aí vem. e quando escolhe misturar as horas, brinca demais connosco e não permite que o sol brilhe entre as folhas. é sobre as saudades que me debruço, na impossibilidade de escolher os trechos de tempos que mais gosto e fazê-los puros e desprovidos de manchas.